Blog para Psicólogos: Como Criar Textos que Pacientes Lêem e Compartilham“
Escrever um blog técnico é falar sozinho. Aprenda a arte de criar conteúdo que toca a dor humana, demonstra sua expertise e faz o leitor pensar: "Preciso conversar com essa pessoa".
Você já teve a sensação de escrever um artigo perfeito, repleto de referências da DSM, explicando minuciosamente os mecanismos da ansiedade generalizada, e… receber zero comentários, zero novas consultas? O silêncio é ensurdecedor.
Parabéns. Você caiu na armadilha mais comum do profissional que vira produtor de conteúdo: a Síndrome da Aula Pública. Você está ensinando, quando deveria estar conversando. Seu blog não é uma extensão da universidade. É a sala de espera digital do seu consultório.
O objetivo do conteúdo não é impressionar seus pares com jargões. É fazer com que uma pessoa em sofrimento, às 2h da manhã, ao ler seu texto, suspire e pense: “Finalmente, alguém me entendeu”. E, num segundo momento: “Essa pessoa pode me ajudar.”
Vamos desarmar as três armadilhas fatais:
Armadilha 1: O Idioma Técnico (A Barreira do “Psiquiquês”)
“A etiologia multifatorial do transtorno depressivo maior envolve disfunções nos sistemas serotoninérgico e noradrenérgico…” Pare. Seu leitor não é um acadêmico. É uma pessoa que não consegue sair da cama. Traduza.
Como Consertar: Use metáforas e imagens. “A depressão não é tristeza. É como se o sistema de cor do mundo tivesse desligado. Tudo é em preto e branco, e o volume do mundo está no mudo.” Você explicou um conceito complexo criando identificação imediata.
Armadilha 2: O Foco no Problema, Não na Experiência
Listar sintomas é o que o Google já faz. Descrever a experiência vivida do sintoma é o que só você, como terapeuta, pode fazer.
Como Consertar: Em vez de “Sintomas da ansiedade: taquicardia, sudorese”, escreva: “A ansiedade é aquele alarme de incêndio que toca no seu peito quando você está apenas tentando cozinhar o jantar. É o coração acelerado que confunde com amor, mas é puro medo. É o suor frio que escorre mesmo no inverno.” Você está nomeando a experiência íntima. Isso gera um click de reconhecimento poderoso.
Armadilha 3: A Postura de Detentor da Verdade
“Você deve fazer isso…”, “É preciso entender que…”. Este tom paternalista e distante afasta. Ninguém gosta de ser obrigado a nada, muito menos na sua própria cura.
Como Consertar: Substitua por perguntas e convites. “Já percebeu como sua crítica interna soa exatamente como a voz daquela professora do colégio?”, “E se aquele pensamento repetitivo não for uma verdade, mas apenas um hábito da sua mente, que podemos desaprender juntos?”. Você envolve. Você colabora. Você se coloca como guia, não como ditador.
A Estrutura de Ouro de um Artigo que Converte:
Título-Urgência-Emocional: Não é “Entendendo a Síndrome do Impostor”. É “A Sensação de que Você é Uma Fraude (e Por que Ela Não Passa com Mais Sucesso)”.
Primeiro Parágrafo - O Espelho: Comece descrevendo a cena íntima da dor. “Você acaba de rececer um elogio pelo trabalho e, em vez de alegria, um frio na barriga. ‘Logo eles descobrem que não foi grande coisa’, você pensa.” Identificação instantânea.
Meio - Normalização e Insight: Explique que isso é comum, tenha um nome (Síndrome do Impostor), mas vá além. Ofereça um insight novo, não óbvio. “Muitas vezes, a síndrome do impostor não é baixa autoestima. É o medo do sucesso e das responsabilidades e mudanças que ele traz. É mais seguro se achar uma fraude.”
Fim - A Ponte Para Você: Não dê “5 dicas para vencer”. Isso resolve na superficialidade. Encerre com um convite à reflexão profunda que naturalmente leve à terapia. “Reflita: qual seria o preço emocional de você se aceitar totalmente competente? Que medos reais surgem? Separar a sensação de fraude dos medos reais é um trabalho delicado, que muitas vezes precisa de um espaço seguro para ser feito. É aí que a terapia pode ser um farol.”
Você não deu conselho barato. Deu profundidade. E mostrou que a solução real está num processo, não numa lista. O paciente que busca profundidade vai sentir que você é o profissional para ele.
Seu conteúdo não é um panfleto. É a demonstração ao vivo da sua escuta. Escreva para uma pessoa só. A que está lá, no escuro, procurando por um sinal de que existe alguém que não só entende a teoria, mas entende ela.
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