Quanto Cobrar na Sessão? A Equação que Vai Além do Mercado e Atinge Sua Autoestima Profissional
Definir seu preço é um dos atos mais psicológicos da sua carreira. Aprenda a sair da comparação tóxica e calcular uma precificação que sustenta sua prática e honra seu trabalho.
Há um ritual de tortura silenciosa que se repete entre psicólogos iniciantes (e nem tão iniciantes assim): a pesquisa de preços. Você liga para colegas, olha anúncios, vasculha grupos. R$ 150, R$ 200, R$ 300, R$ 500. A cada valor, uma facada. “Quem sou eu para cobrar R$ 300 se a fulana, com 20 anos de experiência, cobra R$ 250?” Ou o oposto: “Se eu cobrar R$ 150, vou parecer um amador.”
Este sofrimento tem um nome: precificação por comparação. E é a forma mais rápida de minar sua confiança e construir um negócio insustentável. O preço da sua sessão não é um número solto no mercado. É a tradução concreta do valor que você acredita entregar.
Parar de olhar para o lado e começar a olhar para dentro é o primeiro passo para a paz — e para a prosperidade. Vamos à equação interna.
Os Quatro Pilares da Precificação Consciente (Nenhum Deles é “O que os Outros Cobram”):
1. Pilar das Necessidades Financeiras (O Chão Concreto):
Ignorar isso é idealismo que leva à falência. Some: seus custos pessoais essenciais (aluguel, alimentação, saúde) + custos da clínica (aluguel do consultório, plataformas, contador, marketing) + investimentos em formação (cursos, livros, supervisão). Some tudo. Agora, defina quantas sessões REALISTICAMENTE você pode realizar por mês (considerando preparo, notas, descanso). Custo Total / Número de Sessões = O Preço MÍNIMO de Sobrevivência. Se o valor te assustar, é um sinal de que seu modelo de negócio (não seu preço) precisa ser repensado.
2. Pilar da Expertise e da Entrega Única (O Diferencial):
Aqui é onde você para de se comparar. O que você oferece que justifica um valor acima da média? Não é “tenho 5 anos de experiência”. Isso é genérico. É: “Tenho especialização em trauma com certificação internacional EMDR e atendo exclusivamente esse público.” Ou: “Utilizo uma integração única de Gestalt com Arte-Terapia que gera insights acelerados.” Seu preço reflete sua especialização, metodologia e resultados. Se você não consegue definir seu diferencial com clareza, como espera que o paciente justifique pagar por ele?
3. Pilar do Paciente Ideal (Quem Você Quer Atender):
Seu preço é um filtro. Um valor muito baixo pode atrair um volume grande de pessoas que não valorizam o processo, cancelam com frequência e veem a terapia como um custo, não um investimento. Um valor alinhado com a percepção de valor do seu nicho atrai pacientes comprometidos. Quanto vale para uma executiva resolver sua ansiedade que a impede de assumir um cargo de liderança? R$ 300? R$ 500? O valor é relativo ao custo da dor que ela sente. Entenda a economia emocional do seu paciente ideal.
4. Pilar da Sua Autoestima Profissional (O Mais Importante):
Este é o núcleo psicológico. Cobrar pouco, muitas vezes, é sintoma da Síndrome do Impostor profissional. “Não mereço tanto.” Cobrar um valor justo é um ato de auto-respeito. É dizer para si mesmo: “Meu tempo, meu estudo, minha energia de presença total e minhas habilidades são valiosos.” Quando você acredita nisso, comunica isso sem dizer uma palavra. A segurança transparece.
Ação Prática: O Exercício do Valor Percebido
Pegue um papel. Escreva, para um paciente hipotético do seu nicho:
Qual é a dor principal dele (ex.: “medo paralisante de falar em público”).
Qual o custo atual dessa dor na vida dele? (Ex.: perde promoções, sofre humilhações, tem prejuízo financeiro, autoestima destroçada).
Qual o resultado transformador que você oferece? (Ex.: “Não só vencer o medo, mas falar em público com autenticidade e se tornar uma referência”).
Qual o investimento (não custo) que faria sentido para sair do item 2 e chegar no item 3?
O número que surgir dessa reflexão será muito mais significativo, e fácil de defender, do que qualquer pesquisa de mercado.
Definir seu preço é um ritual de passagem de técnico para profissional completo. É onde a clínica encontra o negócio, e onde você reafirma, a cada mês, o verdadeiro valor do trabalho sagrado que você faz. Cobre não pelo tempo na cadeira. Cobre pela transformação que você permite.
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