Como Escolher um Psicólogo? Vá Além da Especialização e Busque Esta Conexão.
A escolha do terapeuta é pessoal e crucial. Não basta a formação; é preciso "casar" com a abordagem e a pessoa. Aprenda os 4 critérios fundamentais para uma aliança terapêutica que transforma. Leia e acerte na decisão...
Decidir pela terapia é um ato de coragem. O passo seguinte, porém, pode gerar uma ansiedade paralisante: “E agora, como escolho a pessoa certa?”. É comum buscar um currículo impecável, uma especialização de prestígio, um preço acessível. Tudo isso é importante, sim. Mas há um fator que supera qualquer credencial acadêmica e que é o verdadeiro motor da mudança: a aliança terapêutica.
Pense na terapia não como uma consulta médica padrão, onde você descreve sintomas e recebe um protocolo. Pense nela como uma jornada de dupla. Você e o terapeuta vão adentrar territórios íntimos, escuros por vezes, da sua história. Você precisa confiar que a pessoa à sua frente não só sabe do caminho, mas sabe caminhar com você. É uma relação de profunda vulnerabilidade e, por isso, a conexão humana é não negociável.
No livro “Como é Ser a Gente Mesmo?”, falo sobre o “Ajustamento Criativo” – nossa capacidade de responder às demandas da vida de forma inovadora. A escolha do terapeuta é o primeiro e mais importante ajuste criativo nessa nova fase. É encontrar um ambiente (e um profissional) onde sua experiência possa ser compreendida em sua totalidade, não apenas catalogada.
Como fazer essa escolha com sabedoria? Siga estes quatro critérios, que vão muito além do currículo:
1. Sintonia com a Abordagem Terapêutica (A “Lente” do Mundo).
O terapeuta não é um ser neutro. Ele opera a partir de uma teoria, uma “lente” através da qual vê os problemas humanos. Algumas focam no passado e no inconsciente (Psicanálise). Outras, no presente, nas emoções e nas relações (Gestalt-Terapia, abordagem central do meu livro). Outras, ainda, são pragmáticas, focadas em soluções e mudança de comportamentos (TCC).
A pergunta não é “qual é a melhor?”, mas “qual faz mais sentido para mim?”. Se você, como exploro nos capítulos, busca um processo de autoconhecimento profundo, que valorize a experiência subjetiva e o “aqui-e-agora”, abordagens humanistas/existenciais (como a Gestalt) podem ressoar mais. Pesquise, leia sobre. A abordagem deve ecoar sua visão de mundo.
2. A Química da Primeira Conversa (O “Clima” da Relação).
A primeira sessão é um teste-drive relacional. Preste atenção: Você se sente ouvido ou analisado? O terapeuta cria um espaço seguro de acolhimento, ou há um ar de julgamento? Você consegue imaginar, ali, falando sobre seus maiores medos e vergonhas?
Essa “química” é o alicerce da confiança. Se você sai da primeira sessão se sentindo minimizado, excessivamente desafiado ou simplesmente indiferente, é um sinal. O ideal é sentir-se desafiado com suporte, não atacado. É aquele clima onde a vulnerabilidade pode, aos poucos, florescer.
3. A Postura do Terapeuta: Guia, Não Guru.
Cuidado com quem tem todas as respostas. Um bom terapeuta faz perguntas poderosas, não dá conselhos absolutos. Ele é um facilitador do seu processo, não um iluminado que vai te dizer o que fazer com sua vida. Ele te ajuda a escutar sua própria voz.
Observe se ele impõe seus valores ou se respeita sua busca única. Seu papel é te equipar para a autorregulação e autonomia, não te tornar dependente de suas interpretações.
4. A Ética como Base Inquestionável.
Confidencialidade total, limites claros na relação, respeito ao seu ritmo – isso é o básico. Um profissional ético não faz promessas milagrosas (“em um mês você está curado”), não estabelece contato duvidoso fora do setting, e mantém uma postura profissional e empática.
Ação Prática: Agende 3 ou 4 Primeiras Consultas.
Não tenha receio de “experimentar”. É comum e saudável. Após cada uma, reflita: “Consigo me ver construindo algo com essa pessoa?”. A resposta, geralmente, é intuitiva e clara.
Escolher um terapeuta é, em si, um ato de autocuidado e autoconhecimento. É você se dando o direito de buscar um companheiro qualificado para a sua jornada mais importante. A especialização abre a porta, mas é a conexão humana que permite que você, finalmente, atravesse o limiar e comece a verdadeira obra: a de se reencontrar.
Se este conteúdo fez sentido para você e despertou aquela sensação de “isso é exatamente o que eu precisava ouvir”, talvez seja o momento de dar um passo que vá além da reflexão e comece a ganhar forma na sua vida.
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