A Terapia Serve Para o Sofrimento invisível.

Você se acha "funcional demais" para a terapia? O sofrimento que não tem nome é o mais comum. Entenda como a terapia trata a insegurança, a dúvida e a sensação de vazio que atrapalham uma vida plena. Mereça mais!


Essa é uma das frases que mais escuto, e já pensei, antes de entender a real dimensão do trabalho psicoterapêutico. Ela carrega uma crença limitante poderosa: a de que terapia é um recurso para “casos perdidos”, para quem “não dá conta”, para as crises que rompem a superfície de forma escandalosa.

E se eu te disser que a terapia é, talvez, ainda mais poderosa e necessária justamente para o que não se vê? Para o sofrimento invisível, aquele que você carrega com elegância, que não atrapalha seu rendimento no trabalho, mas corrói sua paz nos momentos de silêncio. Aquele que te faz acreditar que “é assim mesmo” e que você só precisa “se esforçar mais”.

No livro “Como é Ser a Gente Mesmo?”, chamo isso de “desafios da existência” que, por não serem dramáticos, acabam se tornando crônicos. São as pequenas mortes diárias da alma que, somadas, criam uma vida de resignação silenciosa.

Você se identifica com algum desses “sintomas invisíveis”?

Nenhum desses itens vai te dar um ataque de pânico ou te impedir de sair de casa. Mas, em conjunto, eles diminuem o brilho da sua vida. Roubam a leveza, a espontaneidade, a capacidade de se alegrar com as pequenas coisas. É como viver com um fone de ouvido tocando uma estática baixa, mas constante. Você se acostuma, mas nunca ouve a sinfonia completa da sua própria existência.

A terapia é o espaço para desligar essa estática. É onde você pode, finalmente, nomear esse sofrimento invisível. Dar-lhe dignidade. Entender que ele não é “frescura” ou “falta de gratidão”. Ele tem raízes – muitas vezes em experiências de invalidação na infância, em mensagens internalizadas de que “você só é amado quando produz”, ou no abandono de suas próprias necessidades para cuidar dos outros.

Trabalhar isso em terapia é um ato de reparentalização. É você, com a ajuda do terapeuta, aprender a tratar a si mesmo com a gentileza, o encorajamento e o limite saudável que talvez não tenha recebido. É desenvolver a autocompaixão, que silencia a crítica interior. É aprender a regular suas emoções, saindo do piloto automático da ansiedade ou da autossabotagem.

É, sobretudo, um trabalho de construção de identidade. Como falo no capítulo sobre “Percepção e Realidade”, a visão negativa que você tem de si mesmo é uma lente distorcida. A terapia te ajuda a limpar essa lente, a questionar as crenças que a embaçam e a ver-se com mais realidade e generosidade.

Você não precisa estar no fundo do poço para merecer uma corda. Você pode estar apenas num platô cinza, olhando para um horizonte sem graça, e desejar ardentemente subir a montanha para ver o pôr do sol.

Cuidar do sofrimento invisível não é um luxo. É uma necessidade ética para consigo mesmo. É o reconhecimento de que você merece mais do que uma vida “funcional”. Você merece uma vida vibrante, autêntica e plena de significados. E começar por aquilo que não aparece no seu currículo ou nas suas redes sociais é, frequentemente, o ponto de partida mais transformador de todos.

Se este conteúdo fez sentido para você e despertou aquela sensação de “isso é exatamente o que eu precisava ouvir”, talvez seja o momento de dar um passo que vá além da reflexão e comece a ganhar forma na sua vida.

Conheça o livro, os acompanhamentos e os materiais que criei para pessoas que desejam construir uma relação mais honesta consigo mesmas, fortalecer a própria identidade e encontrar clareza em suas escolhas.

Tudo pensado para quem quer sair do ciclo de tormenta e autossabotagem, e entrar em um caminho mais organizado, consciente e real (sem fórmulas mágicas, sem promessas vazias, apenas direção, profundidade e praticidade).


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